Os museus de Cabo Verde, sob tutela do Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas, através do Instituto do Património Cultural (IPC), registaram 23.255 visitantes no primeiro semestre de 2025, confirmando a consolidação da procura e o crescimento sustentado da afluência às estruturas museológicas nacionais. A análise estatística evidencia a predominância de visitantes estrangeiros (70%), em contraste com os nacionais (30%), bem como a maior concentração de entradas nos meses de abril (4.916), março (4.547) e fevereiro (3.790), revelando uma forte correlação entre a procura turística e a dinâmica cultural do país.
De acordo com os registos, o Museu do Campo de Concentração do Tarrafal destacou-se como principal polo de atração, com 9.102 entradas, seguido pelo Museu do Mar (3.582), pelo Núcleo Museológico Cesária Évora (2.981) e pelo Museu Etnográfico da Praia (2.765). De forma particularmente expressiva, o Farol D. Maria Pia alcançou 1.636 visitantes em apenas três meses de funcionamento depois da sua reabilitação, confirmando o seu potencial enquanto nova centralidade cultural e turística. Em contrapartida, os museus da Tabanca e Norberto Tavares (este último em obras, com reabertura prevista ainda no corrente semestre) permaneceram encerrados, não tendo contabilizado visitas.
A caracterização sociodemográfica dos visitantes reforça estas tendências, ao revelar que 42% eram mulheres, 37% homens, 17% estudantes e 4% crianças, perfil que traduz uma heterogeneidade significativa na fruição museológica. Importa ainda salientar que 73% das entradas corresponderam a bilhetes pagos, assegurando contributo direto para a sustentabilidade financeira do setor. Estes indicadores confirmam o impacto das estratégias de diversificação da oferta museológica, da introdução de equipamentos interativos e da articulação com os setores do turismo e da educação, consolidando os museus como espaços de preservação patrimonial, investigação científica e valorização identitária.
