Comemora-se hoje o dia Nacional do Batuque
Uma manifestação cultural secular em Cabo Verde, que combina poesia, voz, música e dança.
Gerado a partir do saber popular, da oralidade, redunda numa prática social, simultaneamente, ritual e ato festivo, prenhe de conteúdo cultural, expressão de uma identidade própria.
Está também intimamente ligado à tabanca, do qual desde sempre foi parte integrante, os primeiros grupos de batuques nasceram no seio dessas agremiações.
Prática de terrero, de quintal, o batuque entra na fase de revitalização em meados da década de 90, graças a combinação de factores de cariz socio-político associados às mudanças ocorridas no país e ao impulsionamento dado por activistas culturais como Orlando Pantera que estilizou o género trazendo-o para o grande palco.
A passagem do estritamente folclórico para o espectáculo foi então acompanhado de um surto de nascimento e reavivar de grupos, encabeçados na sua maioria por mulheres.
Hoje, paulatinamente, assiste-se à entrada triunfal dos homens na sua prática, havendo inclusive grupos formados exclusivamente por indivíduos do sexo masculino.
O Instituto do Património Cultural, enquanto entidade com incumbência de salvaguarda deste género musical e prática social, está a trabalhar no inventário do batuque, assim como outros géneros tradicionais, para que estes também futuramente possam ter um dia célebre.
Recorde que a estabelece o 31 de Julho como Dia Nacional do Batuque entrou em vigor a 06 de Maio de 2021, visando a valorização do mesmo como um dos géneros musicais mais antigos de Cabo Verde.
Hoje este dia é comemorado por toda a nação cabo-verdiana, no país e na diáspora.