“Temos de fazer com que todos os cabo-verdianos, de Santo Antão a Brava, percebam que a Tabanka é um dos espíritos maiores do nosso país, mesmo nas ilhas onde esta manifestação cultural não é prática”, MCIC, Abraão Vicente
Ilha do Maio e ilha de Santiago, 11 grupos de Tabanka, e mais de 1.000.000,00 (mil contos cabo-verdianos) investidos na salvaguarda, dinamização e revitalização deste bem cultural, num momento em que se prepara a candidatura deste património nacional à “alma da humanidade”, ou seja, a Património da Humanidade.
A comunidade de Palha Carga, interior de Santiago, testemunhou, na tarde de ontem, dia 19 de abril, a assinatura de contrato de financiamento de atividades recreativa e cultural entre o Instituto do Património Cultural (IPC) e 7 grupos de Tabanka do município de Santa Catarina de Santiago, nomeadamente, Boca Mato, Lém Cabral, Txarco, Ribeira Riba, Chã de Tanque, Tomba Touro e Achada Leite.
Um evento de compromisso para a dignificação da Tabanka assumido entre o Governo de Cabo Verde e os grupos de Tabanka do país, presidido pelo Ministro da Cultura e das Indústrias Criativas, Abraão Vicente, que reforçou a importância de “fazer com que todos os cabo-verdianos, de Santo Antão a Brava, percebam que a Tabanka é um dos espíritos maiores do nosso país, mesmo nas ilhas onde esta manifestação cultural não é prática”, ciente de que “se não nos juntarmos, não conseguiremos colocar a Tabanka onde de fato merece estar”.
“A nível de folclore nacional, assim como a nossa língua materna, é na tabanka que identificamos das nossas primeiras formas de manifestação política, o sair às ruas para manifestar as nossas ideias, mesmo que disfarçadamente”, frisou o governante.
Este financiamento se estende para além do significado monetário, sendo que, ao longo dos anos, o Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas, através do IPC, vem realizando um trabalho exaustivo e detalhado, exemplo do inventário e da documentação de todos os grupos das ilhas de Santiago e Maio, culminando na classificação da Tabanka como Património Imaterial Nacional, em 2019.