A entrada dos angolanos foi sucedida 7 meses depois, a 04 de setembro de 1962, pela chegada numa única leva de 100 guineenses com idades compreendidas entre os 18 e os 70 anos, sendo na maioria analfabetos e possuindo baixo grau de escolaridade.
Dessa centena de reclusos, 41 seriam devolvidos à Guiné dois anos após a sua chegada, a 29 de julho de 1964, sucedidos por mais cinco também restituídos ao seu país natal em outubro de 1964, sendo que apenas 52 iriam continuar no Campo de Trabalho de Chão Bom pelos anos seguintes.
Esse “regresso a casa” ocorreu pelo facto da permanência desses detidos em Cabo Verde ter um custo significativo para os cofres da província da Guiné, uma vez que cada preso guineense custava diariamente àquela província cinco escudos perfazendo um total de 810 mil escudos anuais. Outrossim, esse “peso” financeiro dos presos guineenses no Tarrafal levou o governador da Guiné a ordenar medidas de racionalização de despesas no atendimento médico e de secretaria. Essa contenção de despesas fazia-se sentir também na privação de alimentos, sendo que dos reclusos políticos eram os que pior dieta alimentar tinham. Devido à deficitária alimentação, às más condições de salubridade e maus tratos, 2 guineenses acabariam por falecer neste “campo da morte lenta”. O primeiro a falecer foi o Cotubo Cassamá, de 54 anos, a 12 de novembro de 1962 e logo depois Biaba Na Bué, de 45 anos, falecido a 23 de novembro do mesmo ano. Ambos camponeses, vítimas de maus tratos sofridos na Guiné e por falta de cuidados em Cabo Verde.