“Acredito que o projeto de candidatura do Campo de Concentração a Património Imaterial da Humanidade terá todos os requisitos para ser uma candidatura e um processo vitorioso” – MCIC, Abraão Vicente

Visita ministra da cultura ao Campo de Concentração do Tarrafal

Tarrafal Nunca Mais! Este é um eco que se ouve por anos por todos os que conheceram as histórias por detrás do Campo de Concentração de Tarrafal de Santiago. Um espaço construído no período colonial, 1936, e que hoje foi transformado num museu de preservação para perpetuar parte da memória histórica do período salazarista e das lutas pelas independências das ex-colónias portuguesas em África (Angola, Guiné Bissau e Cabo Verde).

Por ser um espaço de salvaguarda da memória coletiva, Cabo Verde já está a preparar um dossiê técnico para a apresentação do Campo de Concentração de Tarrafal de Santiago a Património da Humanidade. Neste sentido, o Ministro da Cultura e das Indústrias Criativas, Abraão Vicente, assinou, na manhã desta terça-feira, 6 de julho, um Memorando de Entendimento com a Ministra da Cultura de Portugal, Graça Fonseca, sobre a cooperação para proteção, conservação, salvaguarda e divulgação do património cultural.

O ato de assinatura do Memorando de Entendimento aconteceu simbolicamente no Campo de Concentração de Tarrafal de Santiago para devolver ao lugar de memória a importância da sua centralidade. “Este é o início de uma nova etapa no processo de valorização da nossa memória coletiva, da memória partilhada entre Portugal e Cabo Verde. Tem sido ao longo dos anos a intenção de Cabo Verde em candidatar o Campo de Concentração a Património da Humanidade, e agora estamos mais perto de o concretizar”, afirmou o governante. O monumento de “má memória” que após a assinatura do memorando entre as duas repúblicas, vai iniciar o caminho para que a sua importância, para a humanidade, seja oficialmente reconhecida.

“Acredito que o projeto de candidatura do Campo de Concentração a Património Imaterial da Humanidade terá todos os requisitos para ser uma candidatura e um processo vitorioso”. O titular da pasta da cultura e das indústrias criativas conta com o total engajamento de Portugal neste processo, assim com tem acontecido em outros processos de candidatura, como o caso da elevação da Cidade Velha a Património Mundial e da Morna consagrada património Cultural Imaterial da Humanidade. “Sabemos que é um processo longo, detalhado e científico e confiaremos nos técnicos para que este não seja apenas um processo político, mas também cientificamente bem conduzida”.

O ato contou ainda com a presença da vereadora da cultura da Câmara Municipal de Tarrafal de Santiago, Teresa Correia, em representação ao presidente, do presidente do Instituto do Património Cultural, Hamilton Jair Fernandes, do Embaixador de Portugal em Cabo Verde, António Moniz, da Diretora dos Museus de Cabo Verde, Ana Samira Silva Baessa, da Secretária Executiva da CNU, Carla Palavra, do presidente do Instituto do Arquivo Nacional de Cabo Verde, José Maria Borges e da Adida para a Cooperação, Helena Guerreira.

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