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Biblioteca dos Títulos Proibidos – Museu do Campo de Concentração do Tarrafal

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O Campo de Concentração do Tarrafal conta agora com uma biblioteca dos títulos proibidos, inaugurado no quadro das celebrações dos 50 anos do encerramento do Campo de Concentração do Tarrafal.

Esta biblioteca revitaliza o conceito dos títulos proibido enquanto instrumento de censura amplamente utilizado durante a ditadura de Salazar que se estendia às antigas colónias com o objetivo de moldar a opinião pública e suprimir qualquer ideia que desafiasse a ortodoxia do regime.

Qualquer material considerado subversivo ou contrário aos dogmas do regime era implacavelmente banido. Livros, revistas e jornais eram meticulosamente examinados, e muitos títulos foram condenados ao esquecimento por seu potencial de “perverter” a mente dos leitores. Entre os títulos considerados “inconvenientes” encontravam-se obras filosóficas, anti-religiosas, políticas, romances e livros de carácter erótico.

O Campo de Concentração do Tarrafal, conhecido como o “Campo da Morte Lenta”, não só prendeu fisicamente os corpos, mas também aprisionou intelectualmente os seus ocupantes. Numa das suas muitas fases, o campo contou com um espaço de recreio para os presos. Neste espaço funcionava a biblioteca do campo, que chegou a conter cerca de 636 volumes, rigidamente limitada a obras de carácter didático.

Assim, 50 anos após o encerramento deste espaço o Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas, através do Instituto do Património Cultural com o cofinanciamento do Instituto Camões inaugurou biblioteca que retoma os títulos censurados a mesmo tempo que se conforma como um espaço de leitura especializada sobre as temáticas relacionadas ao marco da criação do Campo de Concentração do Tarrafal.

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