Patromónio Imaterial

Funaná

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Funaná

O Instituto do Património Cultural no quadro da sua missão, visão e valores tem promovido, divulgado e valorizado os géneros musicais tradicionais que enformam a música cabo-verdiana como o batuque, a morna, a coladeira, o funaná.

O surgimento dos três primeiros géneros ocorre na altura em que emerge a noção da consciência cabo-verdiana, nos idos dos anos quinhentistas, num processo de miscigenação cultural adversa e resiliente, apesar das proibições e marginalizações.

O funaná, no seu turno, nasceu nos anos 60 do século XX e ganhou o estatuto nacional e internacional nos anos 70 e 80 com o grupo Bulimundu, regido pelo maestro Engº Carlos Alberto Martins (Katchás).

Etnograficamente, procede da composição de nomes de duas personagens — Fúna, (tocador de gaita) e Naná, (esposa tocadora do ferinhu). Esta hipótese carece de uma análise mais cuidada, pois, parece muito trivial, já, etimologicamente, para o escritor Félix Monteiro “o funaná advém da extensão da palavra fungagá/fandango, que significa um tipo de música corriqueira – filarmónica ordinária (Tavares, 2006).

O seu compasso é binário, com andamento duplo, lento-médio e rápido, caracterizando-se por ter um andamento variável, de vivace a andante. É, também, um género de dança, que normalmente se dança aos pares, em que os executantes se enlaçam com um dos braços, e entrelaçam as mãos, em função do ritmo (Barros, 2007).

O Funaná foi chamado de: fuque-fuque ou fuc-fuc; badju di gaita; ferinhu y feru-gaita; funaná. Os seus instrumentos são a gaita e o ferrinho e, o seu ritmo é marcado pelos sons combinados destes instrumentos. Um dos seus grandes impulsionadores foi Nhu Kaitaninhu, de Santa Catarina (Tavares, 2006). 

Variantes do Funaná: Funaná kaminhu di féru; Funaná maxixi; Funámba: estilo de samba, pilan-katuta (rápido) e Funaná morno/lento. 

São inúmeras as figuras do funaná:

Antão Barreto (Achada Ponta, Santa Cruz), Caitaninhu (Santa Catarina), Codé di Dona (São Francisco, Praia), Séma Lópi (Ribeira Seca, Santa Cruz), Bitori Nha Bibinha (Achadinha, Praia), Mémé Landin (Lisboa), Xandu Graciosa (Holanda), Káká Barbosa (Praia), Txóta Soaris (Chão Bom, Tarrafal), Néné Morenu (Calabaceira, Praia), Katxás (Santa Cruz), Norberto Tavares (EUA), Zeka di Nha Reinalda (Achada Grande, Praia), Pantera (Praia), Belu Frêri (Picos), Bino Branco e Eduíno (Praia), Beto Dias, Kino Cabral e Gil Semedo (Holanda), Gilito Semedo e Jorge Neto, Zé Espanhol (Santa Ana), Zé Henriki (Calabaceira, Praia), entre outras.

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