No segundo encontro comunitário, realizado no auditório do museu, reuniram-se os residentes da vila de Chão Bom e das áreas adjacentes ao antigo Campo de Concentração do Tarrafal, bem como representantes dos serviços desconcentrados do Estada neste município. Esta iniciativa integra os contributos da comunidade e das autoridades locais no processo de elaboração do Plano de Gestão do sítio, reforçando o seu papel como parte imprescindível na salvaguarda do património.
A reunião proporcionou um espaço de diálogo estruturado para assegurar uma abordagem participativa e colaborativa, essencial para a candidatura do sítio à Lista do Património Mundial da UNESCO. A sessão focou-se na exposição do valor histórico, simbólico e memorial do ex-Campo, testemunho ímpar da repressão colonial e da resistência política, reafirmando o seu estatuto como bem de Valor Universal Excecional. Foram debatidos os impactos da candidatura na vida quotidiana da comunidade, destacando a importância da sua participação informada na definição das estratégias de conservação, interpretação e valorização do sítio.



A comunidade foi reconhecida como guardiã viva da memória coletiva, cuja voz é imprescindível para garantir a autenticidade e legitimidade do Plano de Gestão. Enfatizou-se a necessidade de um modelo de gestão partilhada, fundamentado na cooperação entre as instituições e a comunidade local. A recolha sistemática dos contributos e propostas da população constitui instrumento essencial para alinhar o Plano de Gestão com os parâmetros internacionais da Convenção do Património Mundial e as aspirações socioculturais da comunidade. Este paradigma participativo é determinante para preservar o legado histórico do ex-Campo do Tarrafal e promover a sua relevância social e educativa.




