Prossegue hoje o segundo dia do Atelier Técnico dedicado ao processo de inscrição do Campo de Concentração de Tarrafal na Lista do Património Mundial da UNESCO, uma iniciativa promovida pelo Instituto do Património Cultural em parceria com o Fundo Africano do Património Mundial (AWHF). A sessão, que decorre no município do Tarrafal de Santiago, integra um ciclo de trabalhos orientados para o aperfeiçoamento metodológico do dossiê de candidatura, cuja submissão está prevista para janeiro de 2026. O encontro reúne especialistas nacionais e internacionais numa abordagem interdisciplinar centrada na harmonização de critérios, procedimentos e interpretações técnicas.

Neste segundo dia, as atividades concentram-se na consolidação das componentes nucleares do dossiê, nomeadamente a formulação da Declaração de Valor Universal Excecional, a análise das condições de integridade e autenticidade, e a revisão da análise comparativa internacional, em conformidade com as Diretrizes Operacionais do Comité do Património Mundial. O programa integra igualmente uma visita técnica ao antigo Campo de Concentração de Tarrafal, destinada a assegurar uma leitura comum dos seus atributos patrimoniais e a identificar prioridades de conservação que sustentem a gestão sustentável do sítio a longo prazo.

Os trabalhos iniciaram-se ontem com intervenções de representantes do AWHF, da Câmara Municipal do Tarrafal, dos Ministérios do Ambiente e da Educação, bem como da Presidente do IPC, sublinhando a relevância histórica e memorialística do local enquanto testemunho das práticas de repressão colonial e das lutas de resistência política no espaço lusófono africano. O atelier decorre até amanhã e envolve cerca de trinta participantes, incluindo equipas técnicas do IPC, consultores internacionais mobilizados pelo AWHF, parceiros institucionais e representantes da comunidade de Chão Bom e do Tarrafal.