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Desde a independência nacional, ocorrida em 1975, e apesar dos parcos recursos financeiros, a salvaguarda e valorização do património cultural cabo-verdiano tem sido uma preocupação constante no quadro da governação do país. Esta preocupação traduziu-se, entre várias ações, na recuperação e reabilitação do património construído, na salvaguarda das tradições orais e das manifestações culturais e na recolha dos bens móveis, um pouco por todo o país.

No que toca aos bens móveis destacam-se as recolhas realizadas entre 1992 e 1995, nas ilhas de Santo Antão, Santiago, Fogo e Brava cujo objetivo final era a criação do Museu Nacional, projeto não concretizado, tendo-se entretanto criado o Museu Etnográfico da Praia, em 1997. 

Direção
dos Museus

A Direção dos Museus (DM) é o serviço do IPC responsável pela materialização das políticas museológicas, que executa, coordena, supervisiona e promove ações visando o desenvolvimento do setor a nível nacional.

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No exercício das suas funções, compete à Direção dos Museus:

  • Implementar as políticas definidas para o sector, a nível nacional;
  • Propor e promover a criação e gestão de museus e espaços museológicos;
  • Definir os critérios da criação e implementação dos espaços museológicos;
  • Colaborar e apoiar tecnicamente os municípios na criação e gestão de museus municipais, bem como os de iniciativa privada;
  • Desenvolver e apoiar ações que estimulem e promovam a cultura museológica no país;
  • Desenvolver e apoiar ações de divulgação e promoção de objetos e espaços museológicos cabo-verdianos;
  • Promover e assegurar a preservação e defesa dos bens e espaços pertencentes ao domínio museológico;
  • Promover a pesquisa, a inventariação e a classificação de objetos incorporados e organizar ações tendentes à sua conservação e valorização;
  • Promover o restauro de bens móveis de interesse cultural e museológico;
  • Inventariar, recolher, organizar e disponibilizar dados e documentos que possam servir de base aos trabalhos e estudos científicos em museologia nacional;
  • Pronunciar-se sobre pedidos de cedência, empréstimo e de exportação temporária ou definitiva de bens patrimoniais incorporados;
  • Propor impedimento da exportação não autorizada dos bens referidos na alínea anterior;
  • Desenvolver e apoiar ações de formação e capacitação técnica na área de Museologia;
  • Promover, organizar e divulgar, conferências, seminários, formações, entre outras ações de interesse para a Direção.

Cabo Verde soma atualmente 24 estruturas museológicas, das quais 8 estão sob tutela do Ministério da Cultura e Indústrias Criativas e as restantes são geridas por entidades públicas e privadas. Estas abordam temáticas bastante diversificadas e distribuem-se, de forma equilibrada, pelas diferentes ilhas

Os 8 museus tutelados pelo Ministério da Cultura e das Industrias Criativas, através do Instituto do Património Cultural – (IPC) estão em 3 ilhas:

Ilha de Santiago:

  • Museu Etnográfico da Praia
  • Museu de Arqueologia
  • Museu Norberto Tavares
  • Museu da Tabanca
  • Museu do Campo Concentração de Tarrafal 

Ilha do Sal

  • Museu do Sal

Ilha de São Vicente

  • Museu do Mar
  • Núcleo Museológico Cesária Évora

Ilha de Boa Vista

  • Museu de Arqueologia da Boa Vista

Ilha de São Nicolau 

  • Casa da Morna Sodade

 

A política de gestão dos Museus em Cabo Verde, seguindo as orientações do programa de governação, tem procurado o seu melhor posicionamento no contexto socioeconómico e cultural do país, alinhando com as estratégias de desenvolvimento sustentável, mormente no tocante aos sectores do turismo, da cultura e da educação, assumindo um papel determinante na salvaguarda do património nacional, para o conhecimento e apropriação da história e da identidade cultural cabo-verdiana.

Assim, projetou-se o Museus de Cabo Verde enquanto projeto de valorização do quadro museológico nacional através da qualificação dos museus, a modernização e o reforço da sua atratividade.

É entendimento institucional e governamental que é o momento de formalizar a atividade museológica nacional. É neste sentido que se encontra em fase de atualização o quadro jurídico dos museus que irá definir critérios para o funcionamento dos museus e a criação de uma rede com vista a melhorar o nível de cooperação entre os diferentes museus, quer sejam públicos ou privados.

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